Uma proposta de debate sobre a gestão do risco empresarial. ERM no seu melhor. E você? Como está a correr na sua organização?
O documento em anexo, da autoria de Michael Power, intitulado “Smart and Dumb Questions”, explora a forma como as questões colocadas no âmbito da supervisão da gestão do risco podem ser mais ou menos eficazes na revelação das verdadeiras práticas de gestão do risco nas organizações.
Na sequência das recentes crises financeiras, das actuais incertezas geopolíticas, da inflação recente e da perda de postos de trabalho, tem havido um aumento da reflexão sobre a gestão do risco e as suas alegadas deficiências. As entidades reguladoras e outras partes interessadas insistem agora numa melhor monitorização e governação dos riscos. No entanto, apesar da abundância de princípios e códigos de gestão do risco, estes carecem frequentemente de utilidade prática para quem supervisiona estes processos.
Perguntas disparatadas”: As ‘perguntas disparatadas’ são definidas como perguntas que carecem de relevância e não fornecem informações profundas ou significativas sobre a gestão do risco. São muitas vezes fáceis de responder pelos gestores sem revelar a realidade das práticas de gestão do risco. Por exemplo, perguntar se uma empresa tem um sistema integrado de gestão do risco ou uma forte cultura de risco pode parecer relevante, mas estas perguntas muitas vezes apenas conduzem a respostas superficiais.
Perguntas inteligentes”: Em contrapartida, as ‘perguntas inteligentes’ são específicas, concretas e adaptadas ao entrevistado (por exemplo, um diretor-geral ou um gestor de riscos). São concebidas para provocar uma discussão aprofundada e revelar a forma como a gestão do risco é efetivamente implementada. Por exemplo, perguntar a um Diretor Executivo como é que ele ou ela garante que a apetência pelo risco é um verdadeiro travão à ação, ou qual foi a última vez que um projeto foi interrompido por ser considerado demasiado arriscado, é uma pergunta muito mais relevante.
Importância das perguntas inteligentes na governação do risco: As “perguntas inteligentes” permitem uma supervisão mais eficaz, mesmo para funcionários com tempo limitado. Também se adaptam melhor às realidades complexas das organizações em que as diferentes apetências pelo risco podem estar em conflito. As “perguntas estúpidas”, por outro lado, reforçam a ilusão de controlo sem esclarecer a realidade das práticas.
Crítica dos actuais quadros de gestão do risco: O Sr. Power critica os actuais quadros de gestão de riscos, em especial os princípios baseados em abordagens teóricas, que, segundo ele, não satisfazem as necessidades dos supervisores, que têm pouco tempo. Apela a uma revisão destes quadros para que constituam uma melhor plataforma para uma supervisão inteligente e eficaz.
Michael Power sublinha que, para uma governação eficaz dos riscos, é essencial fazer “perguntas inteligentes” que revelem as práticas reais das organizações, em vez de se contentar com “perguntas idiotas” que acrescentam pouco valor.
Agora é a sua vez! O que é que acha?
Perguntas inteligentes e idiotas – Michael Power 2011
https://benoit-grenier.com/wp-content/uploads/Smart-and-dumb-questions-Michael-Power-2011.pdf